Manifestação pró-Russa, há dias,
em Kharkov REUTERS
REUTERS 15/03/2014 - 10:43 (actualizado às 11:15)
Dois homens de 20 e 31 anos foram mortos a tiro ao final
da noite de sexta-feira durante confrontos entre manifestantes pró-Rússia e
nacionalistas ucranianos.
As autoridades ucranianas
acusaram este sábado a Rússia de provocar um tiroteio durante a noite, no qual duas pessoas morreram na cidade de Kharkov, a
segunda maior da Ucrânia, e temem que Moscovo use a violência contra pessoas de
origem russa para justificar uma invasão.
Na véspera do referendo da
Crimeia, o ministro do Interior ucraniano disse que a polícia deteve cerca de
30 pessoas envolvidas em ambos os lados do conflito depois de dois homens, de
20 e 31 anos, terem sido mortos ao final da noite de sexta-feira quando manifestantes
pró-Rússia lutaram com rivais perto de um gabinete de um grupo
nacionalista ucraniano.
Ambos os grupos usaram armas
de fogo, disse o ministro
Arsen Avakov. Moscovo, cujas tropas ocuparam a península ucraniana da Crimeia
sob o fundamento de que a maioria de cidadãos de origem russa ali residente teme as
novas autoridades de Kiev, a capital ucraniana, disse estar preparada para
intervir para proteger os russófonos noutros locais da Ucrânia.
Um dia depois de confrontos
fatais entre manifestantes rivais em Donetsk, outra cidade maioritariamente de
falantes de russo, Avakov e o governador de Kharkov acusaram os activistas
russos de fomentarem a violência e apelaram aos cidadãos para que não
ripostassem. “Os incidentes desta noite foram uma provocação bem planeada por
activistas pró-russos”, disse o governador Ihor Baluta. Segundo Baluta, um grupo de
pessoas numa carrinha tinham provocado
deliberadamente uma disputa com um grupo que mantinha uma manifestação
pró-russa antes de se afastarem do local. Os activistas pró-russos seguiram-nos
e encontraram a carrinha estacionada junto a um edifício onde ficam gabinetes
de grupos nacionalistas ucranianos e os confrontos começaram.
“Provocadores a contrato de um
país vizinho estão a criar provocações profissionais”, disse Avakov, que acusou
aliados do Presidente deposto Viktor Ianukovich, apoiado por Moscovo, de
financiar a instabilidade no Leste da Ucrânia com o auxílio de “forças
extremistas russas”. No Facebook, lançou um apelo aos ucranianos: “Não os
deixem manipular-vos. Parem esta hesteria … isto não é um jogo de soldados de
brincar - este é um conflito real e são vidas reais”.
Em Moscovo, um alto responsável
do Ministério dos Negócios
Estrangeiros encarregue de questões
de direitos humanos, Konstantin
Dolgov, escreveu no Twitter que a instabilidade em Kharkov, provocadas pessoas
que descreveu como “militantes neofascistas” tem de ser acompanhada com maior
atenção para “neutralizar e punir os extremistas descontrolados”.
O Ocidente, que prepara sanções
económicas contra a Rússia na sequência do referendo convocado para domingo na
Crimeia, para preparar uma anexação da península, tem afastado o retrato que a
Rússia faz das novas autoridades de Kiev - fortemente influenciadas por nacionalistas
ucranianos de extrema-direita que detêm alguns dos postos de poder.
Há duas semanas, uma manifestação
em Kharkov causou dezenas de feridos quando grupos de russos étnicos entraram
em confrontos com simpatizantes dos novos governantes.
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