O porto de Sebastopol acolhe a
Frota do Mar Negro russa
EM ACTUALIZAÇÃO
PÙBLICO – 19/03/2014 -
09:18 (actualizado às 10:47)
Milícias pró-russas ocuparam pelo menos duas bases
militares. Dois ministros ucranianos a caminho da Crimeia para “resolver a
situação”. Autoridades da península dizem que não serão autorizados a entrar
A sede da Marinha
ucraniana em Sebastopol foi ocupada por forças pró-russas esta quarta-feira e
os soldados que se encontravam no interior foram obrigados a sair. O comandante
da Marinha ucraniana, Sergei Haiduk, estava entre eles e foi levado por agentes
dos serviços secretos russos do FSB, segundo a Interfax
Ucrânia. O líder das milícias pró-russas confirmou que Haiduk foi
"detido".
Segundo porta-vozes ucranianos, nenhum
tiro foi disparado. As milícias que ocuparam a base militar fazem parte das
chamadas "forças de autodefesa", que têm cercado as bases militares
na península e ocuparam os principais edifícios administrativos da Crimeia nas
últimas semanas.
“Eles são uns 200,
alguns têm passa-montanhas.
Não estão armados e
nós também não disparámos nenhum tiro. Os oficiais barricaram-se no interior do
edifício”, disse à AFP Serei Bogdanov. Testemunhas citadas pela Reuters dizem
que três bandeiras russas foram içadas à entrada da base.
Pouco depois da entrada
dos pró-russos, alguns
militares ucranianos começaram a sair da base, desarmados e vestidos à civil.
O porto de Sebastopol
acolhe a Frota do Mar Negro russa.
Já depois do
incidente, o ministro interino da Defesa ucraniano, Ihor Teniuk, garantiu que
as forças da Ucrânia não vão retirar-se da península do Mar Negro, mesmo
depois da assinatura, por parte do Presidente Vladimir Putin, de um acordo que
integra a Crimeia na Rússia.
Outra base militar em
Novozerne, na parte ocidental da península, foi também alvo de
um ataque pelas forças pró-russas. O porta-voz do Ministério ucraniano da
Defesa, Vladislav Seleznev, disse que a entrada das instalações foi forçada por
um tractor e que, de seguida, as milícias cessaram o seu avanço, perante os
militares ucranianos armados.
O primeiro-ministro
interino, Arseni Iatseniuk, anunciou entretanto ter enviado à Crimeia o
ministro da Defesa e o vice-primeiro-ministro para "resolver a
situação". Mas o primeiro-ministro da Crimeia, Sergei Aksionov, garante
que os responsáveis ucranianos não serão autorizados a entrar. “Eles não são
desejados na Crimeia. Ninguém os vai deixar entrar, serão enviados de volta”,
afirmou Aksionov, citado pela agência de notícias russa Interfax.
Na véspera, um
soldado ucraniano morreu em Sinferopol, a capital da península, durante a
invasão de uma base militar pro milícias pró-russas. Em resposta, Kiev
autorizou os soldados na Crimeia a usarem armas de fogo “para a sua autodefesa
e para a protecção das suas vidas”. E Arseni Iatseniuk declarava que “o
conflito passou da fase política à fase militar”.
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