Militar ucraniano de
guarda à base da cidade de Belbek
PÚBLICO 22/03/2014
- 14:12 (actualizado às 15:28)
Tropas russas tinham feito ultimato a soldados ucranianos que recusam abandonar
os seus postos perto de Sebastopol.
Militares russos
apoiados por blindados entraram este sábado numa base aérea da Crimeia de onde
os soldados ucranianos tinham recusado sair. Os militares já dispararam para o
ar e apontam as suas armas aos ucranianos.
A base aérea, na
cidade de Belbek, perto de Sebastopol, estava cercada por
tropas russas há horas. “As tropas russas no nosso aeródromo deram-nos uma hora
para nos rendermos e dizem que vão atacar se não sairmos. Nós não vamos a lado
nenhum”, tinha dito esta manhã à Reuters o vice-comandante da base, Oleg
Podovalov.
Grupos pró-russos -
nalguns casos militares desarmados, noutros milícias
formadas na península quando o Governo de Viktor Ianukovich foi deposto em Kiev
- têm entrado em várias bases militares na Crimeia.
Até agora, os
militares ucranianos têm acabado por abandonar os seus postos. Uma semana
depois do referendo em que a maioria dos habitantes da região escolheu
abandonar a Ucrânia e integrar a Federação Russa, a maioria das bases na
península já passou para mãos russas.
Já este sábado, uns
200 homens sem armas tinham invadido uma base aérea no ocidente da Crimeia,
descreveram jornalistas da AFP que se encontram no local.
Aos gritos de
“Rússia! Rússia!”, os assaltantes entraram na base de Novofedorivka e começaram
a partir janelas. Os militares ucranianos barricaram-se no interior do edifício
e lançaram gás lacrimogéneo
contra os
manifestantes.
No
exterior da base encontram-se oficiais russos e
alguns homens desarmados que içaram uma bandeira russa. “Porque é que não dizes
nada?”, gritou a um destes oficiais um soldado ucraniano. “É a minha unidade e
eu devo defendê-la.”
Estas ocupações têm
acontecido quase sem serem disparados tiros, mas um militar ucraniano foi morto
e dois foram feridos num tiroteio no início da semana em Sinferorol, capital da
Crimeia.
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