Durão Barroso anunciou apoio
financeiro à Ucrânia
SÉRGIO ANÍBAL 05/03/2014 - 13:23
Financiamento tenta evitar
falência imediata do país e está
parcialmente condicionado à obtenção de um acordo com o FMI.
A União Europeia está
disposta a garantir durante os próximos dois anos um apoio financeiro à Ucrânia
no valor de 11.000 milhões de euros.
O anúncio foi feito esta quarta-feira pelo presidente
da Comissão Europeia e surge como resposta a um cenário de quase insolvência na
Ucrânia. Os Estados Unidos já prometeram a entrega de garantias de 1000 milhões
de dólares e está neste momento a ser também negociado com o Fundo Monetário
Internacional a concessão de um empréstimo ao país.
Durão Barroso, numa conferência de imprensa realizada em Bruxelas, explicou que o pacote de
ajuda será garantido “através do orçamento da UE e de instituições financeiras
internacionais baseadas na UE”. Tanto o Banco Europeu de Investimento (BEI)
como o Banco Europeu para a Reconstrução e Desenvolvimento (BERD) vão participar
nesta operação. O português disse ainda que o programa de ajuda está
parcialmente dependente da concretização de um acordo entre a Ucrânia e o FMI.
O novo governo ucraniano tinha anunciado na
semana passada, pela voz do seu primeiro-ministro, que o país irá necessitar
durante os próximos dois anos de 35.000 milhões de dólares (cerca de 25.000
milhões de euros) de financiamento. As necessidades de curto prazo serão de
cerca de 2900 milhões de euros.
A queda abrupta da divisa, a perda do apoio
financeiro que tinha sido prometido pela Rússia e a perspectiva de subida
abrupta dos custos de fornecimento de energia fazem com que a Ucrânia se
encontre neste momento em situação de falência iminente, que apenas pode ser
evitada coma chegada de empréstimos de emergência do exterior.
O mais recente problema está relacionado com o fornecimento de gás por parte
da empresa russa Gazprom, que avisou as autoridades ucranianas que não
poderia manter o preço com desconto que vinha a praticar se a dívida do país à
empresa não fosse rapidamente saldada. A Ucrânia deve cerca de 1,5 mil milhões
de dólares pelo gás que a Rússia lhe vendeu, e do qual depende, apesar da
tentativa de diversificação que tem vindo a implementar. Apesar de ser
produtor, o país depende em 80% das importações a nível energético, e é um dos
principais clientes internacionais da Gazprom, controlada pela Estado russo.
No plano de ajuda que está a preparar, a União Europeia pretende igualmente
incluir a concessão das vantagens comerciais que estavam previstas no acordo de
cooperação com a Ucrânia do ano passado que o ex-presidente Yanukovich decidiu anular e concretizar um
acordo de fornecimento bilateral de energia e gás, que reduza de alguma forma a
dependência da Ucrânia em relação à Rússia.
A União Europeia tem agendada para esta quinta-feira
uma cimeira de emergência para discutir a situação na Ucrânia.
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