A PRIMAVERA QUE GELOU O OCIDENTE
REPORTAGEM DE
TIAGO CARRASCO.
NA UCRÂNIA
De um lado, há suásticas, palavras de ordem nacionalistas
e a vontade de fazer parte da União Europeia.
Do outro, há foices e martelos, alergia a opositores e
ódio ao Ocidente.
A disputa da Crimeia fez ressuscitar os fantasmas da
Guerra Fria.
Em pouco mais de duas semanas, a Rússia conseguiu juntar
a península ucraniana à sua Federação, sem necessidade de premir o gatilho
No Parque Shevchenko, em Simferopol, capital da até agora República Autónoma da Crimeia, na Ucrânia, Ernest
Suleymanov aponta o megafone para as nuvens que pairam sobre a região: “Este referendo é
ilegal. A Rússia invadiu a Crimeia e não tolera qualquer tipo de oposição.
Todos os dias desaparece alguém que lhes faz frente.” Umas escassas dezenas de
manifestantes seguem as suas palavras atentamente. Alguns colaram adesivos na
boca, outros exibem cartazes em branco, em protesto contra o ataque à liberdade
de expressão na península desde que o exército russo tomou controlo dela, na
preparação do referendo do passado domingo, que, apesar de não ser reconhecido
pela comunidade internacional, levou a Crimeia a deixar a Ucrânia para se
juntar à Rússia.
PRÓS E CONTRA
Partidáriosda continuação da Crimeia na Ucrânia num protesto contra a "invasão russa". Em Simferopol, antes do referendo
Ernest, de 45 anos, saltou para a organização dos protestos an-ti Rússia
depois de o antigo líder do movimento pró-ucraniano Euromaidan na Crimeia,
Serguey Kowalsky, um empresário do mundo da noite, ter desaparecido do mapa. O
ativista veio de Kiev para tentar evitar que a
terra dos seus antepassados voltasse a cair nas mãos dos russos, mas, assim que
chegou, percebeu que a missão era impossível. “Eles controlam tudo: as ruas, os
media e o exército. Se abrirmos a boca para os denunciar podemos ter a certeza
que vêm atrás de nós”, diz, enquanto arruma as coisas para correr, de seguida, para
os estúdios de uma televisão local.
Pouco depois, no centro de Simferopol, as unidades de auto defesa da
Crimeia, grupos de civis pró-Rússia organizados para patrulhar a cidade, colam
num poste de eletricidade um cartaz com a cara de Ernest: “Quem
encontrar este fascista de Maidan (a praça de Kiev onde os protestos antigo-governamentais
levaram à queda do Presidente ucraniano, Viktor lanukovitch, no mês passado)
chamado Ernest Suleymanov, deve informar as unidades de autodefesa da
Crimeia” Perto dali, Anviers Kurtametov, o comandante de uma unidade especial
das milícias pró-separatistas, organiza os seus 60 homens para patrulhar as
ruas à procura de opositores corno Ernest. “Em Kiev fizeram o que quiseram, mas
aqui, na Crimeia, vamos dar cabo deles", diz. “Eles são pagos pela Europa
e pelos EUA para vir desestabilizar a junção da Crimeia à Rússia. Eu e os meus
homens estamos aqui para acabar com as provocações. Não andamos armados, mas,
em caso de emergência, temos armas para
levantar. Quem as deu? Que pergunta! Não foi a União Europeia, de certeza”,
ironiza Anviers.
Ernest está em direto na televisão Mar Negro
quando sabe que é procurado pelas Samooborona (milícias civis). O fim da
entrevista precipitou-se. Ernest corre para dentro
do seu carro com vidros fumados e arranca para o apartamento de uns amigos ativistas, gente que, como ele, sem saber ao que
vinha, rumou de Kiev a Simferopol para disseminar o espírito de Maidan.
A casa fica na periferia da capital da Crimeia, num bloco de apartamentos
tipicamente soviético, em que cubos de betão cobertos de fuligem, todos
iguais, se multiplicam. Sasha e Tanya, dois dos moradores, levam as mãos à
cabeça. Enquanto discutem como proteger Ernest, publicam a fotografia na
página de Facebook destinada a denunciar os crimes russos na Crimeia. Decidem
que Ernest não deve andar sozinho nem aproximar-se do centro da cidade:
“Isto é fruto da propaganda russa, que invadiu a televisão com notícias de que
toda a gente em Kiev e no Oeste da Ucrânia é fascista. Não é verdade. Nós
fizemos a revolução em Maidan para acabar com lanukovitch e com a corrupção e
para construirmos uma Ucrânia democrática”, diz Tanya, de 21 anos. “Os russos
conseguiram contaminar a Crimeia em meia dúzia de dias”
PRÓS E CONTRA
Habitantes da Crimeia rejubilam com o discurso do Presidente Putin sobre a integração da Península na Rússia. Em Simferopol, antes do referendo
“NEM NAZIS NEM FASCISTAS”
Na semana subsequente à de posição de lanukovitch, o governo provisório da
Ucrânia integrou membros dos partidos ultranacionalistas Svoboda e Sector
Direito no aparelho de Estado, decretou a proibição do uso da língua russa no
país (cancelando a lei poucos dias depois) e assistiu impávido ao derrube de
estátuas de Lenine em várias cidades do país. Lá longe, no Kremlin, havia quem
visse estas ofensas como uma oportunidade irrepetível para recuperar uma parte
do império.
O Sector Direito, grupo de extrema-direita que desempenhou um papel
fundamental na revolta Euromaidan (o nome deriva da Praça Maidan e das
acusações de que a contestação ao regime de Viktor lanukovitch foi espicaçada
pela União Europeia), é acusado pelos russos de ser um movimento fascista. Em Kiev, AndriyTarasenko, porta-voz deste movimento político e paramilitar, tinha rejeitado tais
acusações em entrevista ao Expresso. “Não somos nazis nem fascistas. Na nossa
revolução há espaço para todas as etnias da Ucrânia. Somos nacionalistas,
amamos o nosso pais e odiamos os nossos inimigos” frisara. Nas suas palavras
havia uma tentativa desesperada de aligeirar a posição do seu líder, Dmytro
Yarosh, que assumiu abertamente a sua xenofobia contra russos e judeus, prometeu
banir o Partido das Regiões (a que pertencia lanukovitch) e o Partido Comunista
e apelara a que todos os ucranianos andassem armados. A Rússia quer julga-lo,
por incitamento ao terrorismo. Mas, em Maidan a perspetiva é outra. Os feitos
heroicos do Sector Direito garantiu lhe a simpatia de muitos jovens.
QUALQUER PERGUNTA SOBRE AS RAZÕES DOS CRIMEANOS PARA ABANDONAREM A UCRÂNIA BATE NAS MESMAS RESPOSTAS: A ECONOMIA VAI MELHORAR; O NOVO GOVERNO EM KIEV É FASCISTA E APOIADO PELA AMÉRICA
O IMPÉRIO CONTRA-ATACA
No dia 9 de março, uma semana antes do referendo, já a Praça Lenine, no
centro de Simferopol, estava pintada de azul, branco e vermelho — as cores
russas. Numa das cabeceiras da praça, o Conselho de Ministros era protegido
pelas unidades de autodefesa da Crimeia e por soldados cossacos. No palco,
grupos de música e bailado de várias regiões da Rússia mostravam aos crimeanos
o encanto do vizinho poderoso, enquanto o público, eufórico, aos pés da
imponente estátua de Lenine, erguia bandeiras da antiga União Soviética e cartazes
antifascistas. “Esta é a nossa Primavera”, ouvia-se. As mesmas pessoas que cresceram a festejar os golos de Andriy Shevchenko e
a cantar o hino ucraniano desejavam agora mudar de nacionalidade.
“Os banderas (Organização de Nacionalistas Ucranianos) derrubaram o
governo em Kiev de forma ilegal. Pensavam que nós também íamos ser fascistas,
mas a Rússia está aqui para nos ajudar. Abençoada seja a Rússia! Esta é a nossa
revolução”, dizia Maria Gutnik, uma dentista de 39 anos. Qualquer pergunta
sobre as razões dos crimeanos para abandonar a Ucrânia, batia nas mesmas
respostas: “A economia vai melhorar”, “o novo governo em Kiev é fascista e
apoiado pela América”, “queriam impedir-nos de falar russo” e "derrubaram
as estátuas de Lenine” Precisamente os mes mos lemas veiculados de uma forma supersônica pela estratégia propagandística de
Moscovo, que levou a Rússia a conquistar a Crimeia em duas semanas sem gastar
qualquer munição.
No dia 27 de fevereiro, pressentindo que o Presidente russo, Vladimir
Putin, se preparava para anexar a Crimeia ao território russo, mais de um
milhar de ativistas ucranianos e tártaros juntaram-se diante do Parlamento local, acabando por
se confrontar com os separatistas pró-Rússia, Morreram duas pessoas. Os tártaros,
povo nativo da Crimeia, prometeram continuar a lutar, mas, no dia seguinte,
os tanques do exército russo chegaram a Simferopol, comandados por militares
armados até aos dentes e sem identificação nas fardas.
A resistência parou. A cidade foi varrida pela máquina bélica e
propagandística de Moscovo. Num ápice, cercaram as bases militares em toda a
península, ordenando a capitulação do exército ucraniano, organizaram milícias
de autodefesa para disseminar o medo e assegurar a ordem, nomearam como
primeiro-ministro Sergei Aksyonov, líder do pequeno partido separatista Rússia
Unida, que até à data tinha somente três assentos no Parlamento regional, e
espalharam cartazes de incentivo a um voto pró-Rússia no referen do. Num deles
lia-se: Prefere uma Crimeia russa ou nazi?
Mas nada foi tão determinante como o controlo das televisões. Quando Elvira
Jalal, jornalista da televisão Mar Negro, financiada pelo partido da ucraniana
Yulia Tymoshenko, chegou ao trabalho no dia 28 de fevereiro, o sinal da sua
estação tinha sido substituído pelo da estação russa Rússia 24. “Os militares
cercaram a torre e cortaram o sinal de quase todas as televisões ucranianas.
Passámos a emitir apenas através do cabo e da internet" diz a jornalista.
“Tanto os militares como as autodefesas são agressivos e ameaçam partir-nos o
material.’' Por seu lado, a Crimeia TV, regulada pelo poder local, tornou-se o
centro de imprensa da campanha pró-russa para o referendo, organizando
conferências de imprensa com o novo primeiro-ministro, Aksyonov, com oligarcas
e homens de negócios de Moscovo e até com famosos desportistas russos, como o pugilista Nikolai Valuev, Natalya, 25 anos, apresentadora
do bloco noticioso do canal, diz sofrer pressões para chamar “fascistas” aos
manifestantes ucranianos, sendo ela própria ucraniana de gema e defensora de
uma Crimeia integrada na Ucrânia “Os meus amigos e a minha família zangam-se comigo por eu dar estas notícias. Mas na
Crimeia é difícil arranjar trabalho e eu tenho medo de perdê-lo. Não aguento mais, estou a pensar mudar me
para Kiev ou para o estrangeira."
OS PRIMEIROS REFUGIADOS
O limite de Maxim, jornalista, de 21 anos, chegou mais cedo. Quatro dias
antes do referendo, vendo a derrota cada vez mais próxima, decidiu fugir para
Tornopil, na Ucrânia ocidental. “Sou um dos primeiros refugiados da
Crimeia", dizia enquanto se despedia de amigos e colegas na estação de
comboios de Simferopol. “Não quero ficar aqui a ver a Crimeia tornar-se russa. Sou um democrata socialista, um
pensador livre e recuso-me a viver num estado autocrático. Atém disso, as Samooborona andam à minha procura. Espalharam a minha fotografia peia aldeia da minha família, perto de Ialta. A minha
mãe fugiu na semana passada Agora vou eu” Segundo Maxim, cerca de 100
ucranianos já teriam abandonado nessa altura a Crimeia. O êxodo será massivo
nos próximos meses.
Ao mesmo tempo
que o comboio partia, a televisão russa continuava a enumerar a lista de
benefícios que os crimeanos terão ao juntarem se à Rússia: aumento de
salários, descida de impostos, gás e gasolina mais baratos, independência em
relação ao império americano, resistência contra os fascistas de Kiev.
A 70 quilómetros dali, na barreira rodoviária montada para
controlar a entrada de veículos em Sevastopol, a ilusão de um
futuro mais próspero refletia-se nas palavras de Marina e das outras mulheres
que se ofereceram para cozinhar para os soldados: “Os meus pais são russos, eu
sou russa e falo russo. É claro que estou a viver um dos momentos mais felizes
da minha vida", dizia, ao mesmo tempo que servia uma calórica sopa
salanka. “E mesmo os ucranianos deviam estar felizes, porque a economia russa
é muito mais poderosa. Não sei porque é que a Europa e a América veem a nossa
inclusão na Rússia como o fim do mundo e bateram palmas aos terroristas de
Maidan”, acrescentou.
O EXTERMINADOR
DE PROVOCADORES
A palavra mais
usada por estes dias na Crimeia é provocação, um mote herdado dos tempos
soviéticos, em que era obrigatório não sair da linha. Uma manifestação é uma
provocação. Um jornalista é um provocador. Aquele que
incomoda, provoca. O trabalho de Anviers, o comandante da unidade especial das Samooborona, é aniquilar provocações e provocadores. É para isso que, todas as manhãs, reúne os seus 60
homens, dando lhes coordenadas para encontrar focos de desordem. Um deles é Ernest
Suleymanov, que por estes dias pouco arrisca a sair da periferia.
A PALAVRA MAIS USADA POR ESTES DIAS NA CRIMEIA É PROVOCAÇÃO.
O TRABALHO DE ANVIERS KURTAMETOV, CHEFE DAS MILÍCIAS SAMOPOBORONA, É ANIQUILAR PROVOCAÇÕES E PROVOCADORES.
O seu batalhão é composto por tipos com ar de rufia. "Vocês os seis
controlam o rua Pushkin, vocês vão para o Parlamento ver o que os jornalistas
andam a fazer, e este grupo aqui vai vigiar o protesto dos ucranianos"
comanda Anviers, aconchegado por um blusão vermelho, que cobre o colete à
prova de bala, e por tunas calças de ganga com as extremidades enfiadas no cano
das botas da tropa. Quando os homens partem, agarra-se ao telemóvel, que toca incessantemente. “Sou comandante
da brigada especial que só responde ao primeiro ministro Aksyonov. Eu e mais
algumas centenas de crimeanos estivemos em Kiev a protestar contra Maidan e a
ajudar os Berkut (forças especiais da polícia da Ucrânia). Fomos muito
maltratados. Foi um plano da Europa para concretizar a revolução”, diz.
“Quando aqui cheguei, reuni-me com alguns amigos e decidimos montar a primeira
unidade de autodefesa, com o apoio do senhor Aksyonov, para que os que
destruíram Kiev não destruíssem Simferopol. Depois é o que se sabe: o
primeiro-ministro pediu ao Putin para o ajudar e chegou o exército.”
Anviers, 33 anos, tem a particularidade de ser um dos poucos tártaros a
apoiar a Rússia. “Os tártaros da Crimeia devem estar descansados, porque a
Rússia não é o Estaline, e não nos vão deportar de novo. Ao contrário do
governo ucraniano, que nos ignorou desde 1991, Putin vai dar-nos as estradas,
os salários e o gás que os ucranianos nunca nos deram.” Ele próprio nasceu no
exílio, em Tashkent, regressou à Crimeia com a queda do comunismo e serviu no
exército junto à fronteira com a Hungria: “Fi-lo por dívida cívica — porque os meus pais puderam voltar à teria dos seus
antepassados—, mas nunca por amor à bandeira ucraniana ” A unidade de Anviers
foi chamada para guardar os boletins de voto do referendo, num local secreto,
e, no dia do sufrágio, foram também as milícias por ele comandadas que
estiveram escondidas a cerca de uma centena de metros dos locais de voto,
armadas com Kalashnikov, interditas de serem filmadas por qualquer estação televisiva
e autorizadas a atirar sobre qualquer provocador.
KIEV
O Sector Direito, Movimento Nacionalista que teve um papel essencial na revolta, é acusado pelos russos de ser fascista
O PESO DOS TÁRTAROS
O peso da História faz com que a Rússia não ouse perturbar o povo tártaro,
que representa uns 13 a 15% da população da Crimeia. Na noite de 18 de maio de
1944, Estaline deportou 218 mil tártaras da Crimeia para o Uzbequistão, especialmente mulheres e crianças, em
comboios. Calcula-se que metade tenha morrido durante a
viagem. Na aldeia tártara de Ana Yurt, o Expresso ouviu o relato de Urchen
Ibrahimova, de 79 anos, que só teve tempo de agarrar num Corão e num cobertor
quando os soldados soviéticos a arrastaram para a carruagem. “Não tínhamos
comida e morríamos de frio. Perdi três irmãos e duas irmãs durante a viagem e
tive de atirar os seus corpos para fora do combóio. Tinha apenas 9 anos. E,
desde esse dia, sonhei voltar à Crimeia. A Ucrânia deu-me essa oportunidade.
Não nos deu luz eléctrica, boas estradas, bons ordenados, mas pelo menos
deu-nos a possibilidade de viver na nossa terra. Tenho medo que a Rússia não
faça o mesmo”, desabafa.
"AO CONTRÁRIO DO GOVERNO UCRANIANO, QUE NOS IGNOROU DESDE 1991, PUTIN VAI DAR-NOS ESTRADAS, OS SALÁRIOS E O GÁS QUE OS UCRANIANOS NUNCA NOS DERAM", DIZ O TÁRTARO ANVIERS
No domingo, mesmo antes da contagem dos votos, já uma grande bandeira rüssa escorria do topo do Parlamento da Crimeia
e já havia festa na Praça Leníne. Ao longo do dia, chegaram milhares e milhares
de crimeanos para celebrar o resultado há muito anunciado — a Crimeia junta-se ao Kremlin. Na Embaixada da Rússia podia
ler-se que, no dia seguinte, segunda-feira, a porta estaria fechada. Artistas
vindos de Moscovo e São Petersburgo aguardavam para atuar. À noite, já não havia sequer espaço para furar a multidão que, exultante,
fazia a vodca escorrer pelas gargantas. Na fachada do edifício do Conselho de
Ministros lia-se: "Primavera Crimeia'’. E fazia um frio
de rachar. “Sevastopol: 96% para a Rússia” anunciou o orador. E o fervor
uníssono: “Rússia. Rússia” E o peso de todos aqueles saltos a fazer virar os
tabuleiros do mundo, depois de um xeque-mate russo que a História não vai esquecer.
SÍMBOLO
No domingo, antes do referendo, já uma bandeira pendia do topo do Parlamento da Crimeia
“ISTO É SÓ 0 INÍCIO’’
A um canto da praça, Anviers não saltava. Limitava-se a observar. Contra os
seus prognósticos, não houve violência no dia do referendo e talvez daí o gosto
amargo mesmo na vitória. Outro cigarro. “Isto é só o início. Donetsk, Karkhiv
e Odessa vão querer seguir os nossos passos. Já disse aos nossos homens que é
para lá que vamos a seguir. A Ucrânia vai ficar só com Kiev e com a parte
ocidental. O resto é russo.”
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