Sem medidas de austeridade, PIB cairá
10%, avisou o primeiro-ministro Arseny Yatseniuk
ANA RUTE SILVA - 27/03/2014
- 09:18
Montante será definido em Abril e faz parte de um pacote
de 27 mil milhões de dólares de empréstimo durante dois anos
O Fundo Monetário
Internacional (FMI) chegou a acordo
com o governo interino
da Ucrânia para um empréstimo de 14 a 18 mil milhões de dólares (cerca de
10.200 milhões a 13 mil milhões de euros), anunciou a instituição nesta quinta-feira.
Depois de uma visita a Kiev, a equipa de missão do FMI definiu os moldes do resgate
à Ucrânia, que será apoiado por um acordo de dois anos, designado de “stand by”
O empréstimo do FMI é
uma fatia do programa internacional de ajuda financeira que soma 27 mil milhões de dólares. Nikolay Gueorguiev,
chefe da equipa de missão da organização a Kiev, sublinhou em comunicado que o
montante concreto do empréstimo será “determinado assim que for considerada
toda a ajuda bilateral e multilateral”. O país deverá receber ajudas dos
Estados Unidos, União Europeia e Japão.
“O acordo alcançado
com as autoridades está sujeito à aprovação da administração e conselho
executivo do FMI. Espera-se que isso aconteça em
Abril, depois da adopção de um pacote alargado de medidas para estabilizar a
economia e criar condições para o crescimento sustentável”, disse Nikolay
Gueorguiev.
Entretanto, o
primeiro-ministro interino, Arseny Yatseniuk, já avisou que se as medidas de
austeridade do FMI não forem adoptadas, “o PIB
pode cair 10% este
ano", cita a Reuters. Yatseniuk prevê que a inflação se situe entre os 12
e os 14% em 2014.
A crise na Ucrânia
acentuou-se depois dos protestos de Novembro. O défice já representa mais de 9%
do Produto Interno Bruto (PIB) e, para o FMI, “a falta de
competitividade conduziu a uma estagnação nas exportações e do PIB”. Com acesso limitado
aos mercados de dívida internacionais, as reservas monetárias caíram para um “nível
crítico” e, no início do ano, apenas cobriam as necessidades de importações
durante dois meses. A empresa pública de gás, Naftogaz, acumula um
défice excessivo que representa quase 2% do PIB.
“Depois da intensa
turbulência económica e política dos meses recentes, a Ucrânia atingiu alguma
estabilidade para enfrentar desafios difíceis”, defende o FMI. As previsões
económicas mantêm-se negativas, com a
economia a entrar em recessão, antevê a organização liderada por Christine
Lagarde.
No início de Março,
Durão Barroso, presidente da Comissão
Europeia, anunciou um
pacote de ajuda financeira de 11 mil milhões de euros, que combina verbas do
orçamento da União Europeia, do Banco Europeu de Investimento (BEI) e do Banco
Europeu para a Reconstrução e Desenvolvimento (BERD).
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