Houve festejos nas ruas de
Sevastopol
PÚBLICO 17/03/2014 – 07:50 (actualizado às 13:15)
Integração na Federação Russa aprovada por 96,77% dos
eleitores, num referendo que os Estados Unidos e a União Europeia consideram
ilegítimo e ilegal. Ministros europeus aprovam sanções contra 21 cidadãos
russos e ucranianos e Vladimir Putin faz declarações na terça-feira
A integração da
península ucraniana da Crimeia na Federação Russa foi aprovada por 96,77% dos eleitores
que votaram no referendo de domingo, anunciou o presidente
da comissão de eleições local. As
agências russas avançam que a Crimeia já pediu formalmente a integração na
Rússia e a mudança para o fuso horário de Moscovo, até 30 de Março.
Em conferência
de imprensa, o responsável pela
comissão de eleições, Mikhail Malishev, precisou que o "sim" à
pergunta "É a favor da reunificação da Crimeia com a Rússia como parte da
Federação Russa?" obteve 96,77% dos votos. Segundo o mesmo responsável,
votaram 83,1% dos 1.274.096 dos eleitores.
Os resultados finais
O anúncio do resultado
final foi recebido com
entusiasmo no Parlamento russo. O vice-presidente da câmara
baixa (Duma), Sergei
Neverov, anunciou que "todos os passos legislativos necessários sobre os
resultados do referendo serão tomados o mais rapidamente possível".
"O referendo mostra que o povo da Crimeia vê o seu futuro com parte da
Rússia", acrescentou o mesmo responsável.
As primeiras estimativas apontaram para uma vitória da
integração na Federação Russa com um resultado acima dos
95%, pelo que o anúncio oficial não altera em nada a situação.
A consulta não é reconhecida pela União Europeia e pelos Estados Unidos
Assim que os
resultados finais do referendo foram anunciados, as autoridades pró-russas da
Crimeia arrancaram para uma alucinante corrida legislativa. Em poucas horas, o novo
Conselho de Estado da
República da Crimeia pediu formalmente a integração na Rússia, anunciou a
nacionalização de duas grandes empresas de gás ucranianas (a Chornomornaftogaz
e a Ukrtransgaz) e deu três opções aos militares ucranianos: integrarem as
forças armadas da Rússia, partirem para a Ucrânia ou mudarem de profissão.
O governo russo
começa já a fazer contas. O vice-ministro das Finanças disse nesta
segunda-feira que "a provável integração" da península ucraniana na
Federação Russa "terá um impacto significativo" na economia do país.
Sergei Shatalov admite mesmo que o processo terá de incluir a aplicação de
"um regime especial de impostos" durante um período de transição.
Pouco tempo depois do
anúncio dos resultados finais surgia a notícia de que as autoridades pró-russas
da Crimeia já enviaram o pedido formal de integração na Federação Russa ao
parlamento do país. Segundo a agência russa Interfax, o pedido inclui a mudança
da hora na Crimeia, para ficar em linha com Moscovo - se o pedido for aceite, a
capital da Crimeia, Simferopol, passa de mais duas horas em relação a Portugal
continental para mais quatro horas.
O Presidente russo,
Vladimir Putin, vai fazer uma declaração perante o parlamento russo na terça-
feira.
O primeiro-ministro
da Crimeia, Sergei Aksionov, disse à mesma agência que o rublo será adoptado na
próxima semana com uma segunda moeda oficial, em simultâneo com o hrivnia
ucraniano. Este sistema deverá estar em vigor dentro de seis meses.
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