As
eleições estão marcadas para 25 de Maio
PUBLICO 27/03/2014 - 12:50
Antiga primeira-ministra foi libertada em Fevereiro, no auge da
revolução que levou ao afastamento do Presidente Viktor
Ianukovich.
Iulia Timoshenko, a figura mais emblemática da
Revolução Laranja e antiga primeira-ministra, anunciou nesta quinta-feira a sua
candidatura à Presidência da República da
Ucrânia.
"Nenhum dos
políticos ucranianos que se preparam para ser candidatos à presidência se dá
conta do alcance da anarquia e nem se dispõe a detê-la",
disse Timoshenko.
A antiga
primeira-ministra, que esteve presa dois anos e meio, convocou uma conferência
de imprensa em Kiev para confirmar aquilo que já se esperava desde
o momento em que foi libertada, há um mês, no auge da revolução que levou ao afastamento
do Presidente Viktor Ianukovich.
Aos 53 anos
de idade, Iulia Timoshenko vai enfrentar nas eleições (marcadas para 25 de Maio) o
antigo pugilista Vitali Klitschko,
líder do partido Udar e um dos rostos da oposição a Viktor Ianukovich, que anunciou a sua
candidatura em finais de Fevereiro.
Iulia Timoskenko teve
um papel fundamental na revolução de 2004-2005, após as acusações de fraude
nas eleições presidenciais de 2004, ganhas por Viktor
Ianukovich (então
primeiro-ministro) numa segunda volta contra Viktor
Iushenko, à época
líder da oposição. Depois de vários protestos, o Supremo Tribunal da Ucrânia
ordenou a repetição da segunda volta, em Dezembro de 2004, que
deu a vitória
a Iushenko.
Seis anos depois, em
2010, Viktor Ianukovich vencia as presidenciais, também à
segunda volta, precisamente contra Iulia Timoshenko,
então primeira-ministra.
Nascida em Novembro
de 1960 em Dnipropetrovsk, Iulia Timoshenko
foi a primeira
mulher chefe de Governo da
Ucrânia, tendo liderado o executivo em duas ocasiões - primeiro entre Janeiro
de 2005 e Março de 2010, e depois entre Dezembro de 2007 e Março de 2010 (quase
sempre sob a presidência de Viktor Iushenko, à excepção do último
mês do segundo mandato, após a vitória nas eleições presidenciais de 2010 de Viktor Ianukovich).
Depois da derrota nas
eleições de 2010, Iulia Timoshenko foi alvo de várias acusações em tribunal, tendo sido
condenada em finais de 2011 a sete anos de cadeia por desvio de fundos e abuso
de poder.
Os processos contra Iulia Timosshenko
foram vistos na União Europeia como uma perseguição política movida pelo campo de Viktor Ianukovich, pelo que a sua libertação foi
considerada imprescindível para que a Ucrânia pudesse
assinar um acordo de parceira com Bruxelas, em finais de Novembro do ano
passado.
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