Membros de um grupo pró-russo que invadiu
domingo o edifício dos serviços de segurança ucranianos em Luhansk
PÚBLICO 07/04/2014- 10:36
Grupo que invadiu edifício das forças de
segurança em
Luhansk apoderou-se de armas e munições guardadas no local.
A tensão está de novo a níveis máximos na Ucrânia. Horas depois de manifestantes
pró-russos terem tomado edifícios em três cidades do Leste do país, o
primeiro-ministro, Arseni Iatseniuk, acusou Moscovo de ter em marcha “um plano
para desmembrar a Ucrânia”.
A situação é confusa na manhã desta segunda-feira, com informações de que o
grupo que, domingo à noite, invadiu o quartel dos Serviços de Segurança ucranianos
na cidade de Luhansk se apoderou de armas e munições existentes no local. A polícia
local diz não saber quem são
os atacantes, que continuam no edifício, mas por medida de precaução anunciou
que foram cortadas todas as estradas que conduzem à cidade, no extremo leste do
país.
Pouco antes, o ministro do Interior do Governo interino
ucraniano, anunciou a desocupação da sede da administração regional da cidade
de Kharkov, invadida ao início da noite de ontem por um grupo pró-russo, depois
de confrontos com manifestantes nacionalistas e a polícia. O edifício “foi
totalmente libertado de separatistas”, garantiu Arsen Avakov, que viajou de
urgência para a cidade.
Um episódio semelhante ao registado em Donetsk, a cidade mais importante da
região mineira de Donbass, onde 150 manifestantes conseguiram furar a barreira
policial e invadir o edifício do governador. Empunhando bandeiras russas,
exigiam um referendo à independência da região, semelhante ao que organizado
pelas autoridades separatistas da Crimeia e que abriu caminho à anexação da
península pela Rússia.
Reagindo a estes incidentes - numa altura em que havia sinais de
desanuviamento -, Iatseniuk não teve dúvidas em apontar culpas. “Há um plano
para desestabilizar e criar uma situação em que tropas estrangeiras atravessem
a fronteira e invadam o território ucraniano. Não vamos permitir isso”, afirmou
o primeiro-ministro interino num discurso ao seu partido, transmitido pela
televisão.
“Este cenário foi escrito pela Federação da Rússia e o seu único
objectivo é desmembrar a Ucrânia, acusou Iatseniuk, acrescentando que há tropas
russas a apenas 30 quilómetros da fronteira leste da Ucrânia e que, ao contrário
do que afirma Moscovo, não há indicações de q eu
tenham recuado.
Oficial morto na Crimeia
Num incidente sem aparente ligação, um oficial da Marinha ucraniana
foi morto domingo à noite na Crimeia por um militar russo, anunciou o ministro
da Defesa ucraniano.
O incidente aconteceu num dormitório para oficiais na localidade de
Novofedorovka e seguiu-se a uma discussão entre
militares russos e ucranianos. Segundo Kiev, o oficial, que estava prestes a
deixar a península, estava desarmado e foi atingido com dois disparos de uma
AK-47, na cabeça e no peito. Um segundo oficial terá sido espancado por
militares russos.
O incidente acontece semanas depois de o Governo de Kiev ter dado ordens
aos seus militares para abandonarem a Crimeia, alegando razões de segurança.
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