Moscovo “tem agora
uma hipótese de mudar a sua abordagem”
PÚBLICO 17/04/2014 -
22:01
Presidente norte-americano diz que a
possibilidade da aplicação de novas sanções continua em cima da mesa.
O Presidente dos Estados Unidos, Barack
Obama, mostrou-se céptico em relação à
concretização do acordo assinado nesta quinta-feira com a Rússia para o alívio
da tensão no Leste da Ucrânia, e afirmou que
a Casa Branca e a União
Europeia mantêm em cima da mesa a possibilidade da aplicação de novas sanções a
Moscovo.
“Acho que neste
momento não podemos ter a certeza
de nada. Há a
possibilidade de que a diplomacia possa conduzir a um alívio da tensão”, disse
Obama numa declaração proferida na Casa Branca.
Apesar de admitir essa possibilidade, o Presidente norte-americano sublinhou que não vão ser conhecidos resultados práticos nos próximos dias.
“Se não assistirmos a uma melhoria da situação, temos preparadas algumas
medidas suplementares que podemos impor à Rússia”, disse Barack Obama, referindo-se ao entendimento com a União Europeia
“Espero que possamos ver a aplicação [do acordo] nos próximos dias, mas
acho que não devemos dar nada como garantido, devido ao que já aconteceu no
passado”, declarou o Presidente norte-americano.
A questão agora, diz Obama, é saber se a Rússia vai usar a influência que
exerceu “de uma forma disruptiva” no passado para restaurar a ordem na Ucrânia.
O acordo assinado nesta quinta-feira em Genebra entre os representantes da
política externa dos Estados Unidos, União Europeia, Rússia e
Ucrânia prevê o envio de uma equipa da Organização para a Segurança e Cooperação
na Europa, com a missão de ajudar as autoridades ucranianas a desarmar os
grupos que têm ocupado edifícios governamentais e administrativos no
Leste da Ucrânia.
Kiev compromete-se a amnistiar todos os separatistas
pró-russos que entreguem as armas e abandonem os edifícios de forma pacífica,
exceptuando os que forem acusados e condenados por homicídio.
O governo interino ucraniano apresentou uma proposta de revisão
constitucional que confere mais autonomia às regiões ucranianas - o secretário
de Estado norte-americano, John Kerry, disse mesmo que, na
prática, Kiev ficará apenas responsável pela Defesa, Justiça e Política
Externa.
O Presidente norte-americano fez também referência a
esta questão, ao desafiar a Rússia a permitir que a Ucrânia “avance as suas
reformas de descentralização que eles [os russos] propuseram”.
Barack Obama disse ainda que “o caos” no Leste da Ucrânia tem “a mão da
Rússia”, mas afirmou que Moscovo “tem agora uma hipótese de mudar a sua
abordagem”. “Nós encorajamo-los a fazê-lo”, declarou.
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