Iatseniouk pediu unidade internacional
contra a Rússia
PUBLICO e AGENCIAS 25/04/2014 - 11:31
Merkel manifestou "profunda
preocupação" a Putin. Ministro russo da Defesa disponível para
conversações “imparciais e construtivas”. Obama fala com aliados europeus sobre
possíveis sanções.
O primeiro-ministro ucraniano, Arseni Iatseniouk, acusou
a Rússia de querer lançar “uma terceira guerra
mundial” e apelou à comunidade
internacional para “se unir contra a agressão”.
“As tentativas de agressão do exército russo sobre o
território ucraniano levarão a um conflito no território da Europa. O mundo não
esqueceu a II Guerra Mundial e a Rússia quer lançar uma terceira”, disse numa
reunião do conselho de ministros”.
“O apoio da Rússia aos terroristas da Ucrânia é um
crime internacional e apelamos à comunidade internacional para se unir contra a agressão
russa”, disse Iatseniouk
As tropas russas que estão a fazer exercícios junto à
Ucrânia aproximaram-se até um quilómetro da fronteira mas não a ultrapassaram,
segundo o ministro ucraniano da Defesa, citado pela agência Interfax-Ucrânia.
Depois de, na quinta-feira, forças ucranianas terem
avançado sobre posições de grupos pró-russos que ocupam cidades no Leste do
país, e de notícias sobre a morte de “até cinco” separatistas,
perto da cidade de Slaviansk, a Rússia iniciou manobras militares junto à fronteira,
depois de o Presidente Vladimir Putin ter dito que a acção do governo de Kiev
terá “consequências”.
Mais tarde, a Ucrânia pediu à Rússia para, no âmbito dos
acordos da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), explicar
- no prazo de 48 horas - as movimentações militares fronteiriças.
Já esta sexta-feira, Merkel manifestou telefonicamente a
Putin, sua “grande preocupação”. A chanceler “disse esperar do
governo russo que manifeste
claramente a sua aprovação do acordo de Genebra e que se empenhe na sua
aplicação”, disse o porta-voz do governo alemão, Steffen Seibert.
O acordo de Genebra, estabelecido na semana passada entre
a Rússia, EUA, União Europeia e Ucrânia prevê o desarmamento de “todos os
grupos ilegais” que actuam na Ucrânia e a desocupação de edifícios públicos
tomados por pró-russos.
O ministro russo da Defesa, Serguei Shoigu, manifestou
entretanto disponibilidade para conversações “imparciais e construtivas” com os
EUA para estabilizar a situação na Ucrânia.
O secretário de Estado norte-americano,
John Kerrv, voltara antes a acusar a Rússia
de “desestabilização” do Leste da Ucrânia e fontes norte-americanas
citadas pela Reuters
disseram que o Presidente dos EUA, em viagem na Ásia, deverá falar esta
sexta-feira com vários líderes europeus sobre a possibilidade de sanções contra
a Rússia. Barack Obama estará, segundo os mesmos informadores que não são
identificados, frustrado com a relutância de alguns países, designadamente
Alemanha e Itália.
O Presidente dos EUA poderá discutir o assunto com o
primeiro-ministro britânico, David Cameron, o Presidente francês, François
Hollande, a chanceler alemã e o primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi.
Um responsável ucraniano disse que o avanço militar de
quinta-feira se destinou a bloquear Slaviansk e a impedir o envio de reforços
para os separatistas pró-russos que controlam a cidade. Já esta sexta-feira, o
governo de Kiev anunciou que um helicóptero militar foi atingido no solo por
disparos de um lança-foguetes e se incendiou, provocando ferimentos no piloto,
num aeródromo de Kramatorsk, perto de Slaviansk. Residentes na zona disseram
ter ouvido tiros e três explosões.
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