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segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

União Europeia suspende programas Erasmus Horizonte 2020 com a Suíça

Inquérito revela que maioria dos suíços está contra o fim dos acordos com a UE michael buholzer/afp
PÚBLICO 17/02/2014-09:53


Resposta europeia à suspensão de um acordo bilateral com a Croácia para o alargamento do acesso ao mercado de trabalho.

A Comissão Europeia suspendeu nesta segunda-feira as negociações com vista à participação da Suíça nos programas Horizonte 2020 e Erasmus, naquela que é a primeira medida prática após o referendo que reforçou os limites à entrada de cidadãos europeus no país.

É, mais concretamente, a resposta de Bruxelas ao anúncio de domingo de Berna, que suspendeu a assinatura de um acordo bilateral para o alargamento do livre acesso de cidadãos croatas ao mercado de trabalho suíço.

O relançamento das negociações com a Suíça para a participação nos programas Horizonte 2020 (para apoio à investigação) e Erasmus (programa de mobilidade de estudantes) está agora dependente do reatamento do acordo com a Croácia, anunciou o porta-voz Joe Hennon.

"Dadas as circunstâncias, e à falta de um sinal político claro, as próximas negociações ficam suspensas até que a Suíça assine" o acordo de acesso ao seu mercado de trabalho com a Croácia, disse Hennon.

A Croácia tornou-se na primeira vítima da vitória do "sim" no referendo suíço do dia 9 de Fevereiro. No domingo, a ministra dos Negócios Estrangeiros da confederação, Simonneta Sommaruga, telefonou à ministra croata dos Negócios Estrangeiros, Vesna Pusicm, para lhe dizer que Berna não pode assinar "na forma actual" um acordo bilateral que alarga o livre acesso ao mercado de trabalho, de que já beneficiam os cidadãos da União Europeia. O referendo de 9 de Fevereiro cria uma "nova disposição constitucional", disse o porta-voz do Ministério da Justiça suíço.

A proposta de um partido da direita nacionalista dá ao Governo três anos para renegociar a livre circulação e todos os acordos que entrem em contradição com a nova lei.

A iniciativa "contra a imigração em massa" foi aprovada com o apoio de 50,3% dos eleitores suíços, numa votação em que participaram 56,6% - a taxa mais elevada dos últimos nove anos, num país acostumado a ser chamado para se pronunciar através de referendo.


Numa sondagem publicada neste domingo (uma semana depois do referendo) no diário suíço Blick, 74% dos inquiridos disseram que estão contra o fim dos acordos bilaterais com a União Europeia.

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