Não é justo que um país tenha
todas as vantagens e não queira dar aos seus parceiros o mesmo tripo de
vantagens, disse Durão Barroso
PÚBLICO 12/02/2014-
16:39
Presidente da Comissão Europeia diz que decisão da consulta popular terá
"consequências graves" para o país.
O povo suíço aprovou em referendo a limitação da entrada de cidadãos da
União Europeia, mas quem vai pagar a factura é o próprio país, avisou nesta
terça-feira o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso.
Depois das críticas de
vários ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia ao da consulta popular de Domingo, Barroso
saltou agora para a linha da frente do cerco à decisão suíça, lançando sérios
avisos sobre o futuro das relações entre Bruxelas e Berna.
"É fácil perceber que é muito mais importante para a Suíça ter acesso
a este mercado [União Europeia], que é o maior do mundo, do que para a UE ter
acesso à Suíça, que é um país muito importante", disse o presidente da
Comissão Europeia na cimeira sobre a Zona Euro organizada pela agência Reuters.
A vitória do "sim" no referendo de domingo terá
"consequências graves", disse Barroso, sem avançar detalhes sobre a
aplicação de possíveis sanções.
Mas ficou o aviso: "Em termos de reciprocidade, não é justo que os
cidadãos suíços gozem de liberdade de circulação sem restrições na União
Europeia. Não é justo que um país tenha todas as vantagens e não queira dar aos
seus parceiros o mesmo tipo de vantagens."
Durão Barroso revelou também surpresa com as declarações do
primeiro-ministro britânico, David Cameron, em defesa de mais restrições à
liberdade de circulação, em particular de cidadãos romenos e búlgaros.
"Não podemos ter um mercado interno sem liberdade de circulação",
afirmou o presidente da Comissão Europeia, em resposta à vontade de Londres de renegociar
os termos da adesão do Reino Unido - no ano passado, o primeiro-ministro
britânico prometeu perguntar aos cidadãos, em referendo, se querem
continuar a ser membros da União Europeia, se o seu partido for reeleito nas
legislativas do próximo mês de Maio.
"Espero que consigamos encontrar uma solução para as preocupações
britânicas. Acredito que o Reino Unido vai continuar a fazer parte da União
Europeia.
Mas, como é evidente quando se iniciam processos deste tipo, há sempre
riscos que não consigo antecipar”, disse Durão Barroso
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