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domingo, 16 de fevereiro de 2014

Turquia decide subida drástica dos juros para travar queda da divisa


Recep Tayyip Erdogan, primeiro ministro turco
SÉRGIO ANÍBAL 29/01/2014 - 12:12 (actualizado às 12:49)

Mercados reagem de forma positiva, com subida nas principais bolsas mundiais.



O banco central turco surpreendeu esta madrugada os mercados com uma subida drástica das suas taxas de juro, conseguindo inverter a evolução da divisa do país face ao dólar.

Numa reunião esperada com ansiedade pelos investidores e marcada para a meia-noite de terça-feira, os responsáveis da autoridade monetária da Rurquia optaram por uma subida das sduas principais taxas de juro de refinanciamento superior à que era esperada. A taxa overnight passou de 7,75% para 12% e a taxa repo a uma semana passou de 4% para 10%. O banco central disse ainda que esta última taxa deve passar a ser considerada como a taxa de referência, em substituição da overnight.

Esta é assim a resposta de emergência do banco central à pressão a que tem estado sujeita a lira turca, uma das divisas dos mercados emergentes que maiores dificuldades tem revelado nos últimos dias a fazer face à crise de confiança que se gerou nos mercados.

Durante as primeiras horas da sessão desta quarta- feira, os mercados dão sinais de estarem a reagir positivamente ao movimento rápido e decidido do banco central. A lira turca está a registar a maior subida dos últimos cinco anos face ao dólar e as principais bolsas mundiais estão em alta, recuperando parte das perdas registadas desde o início da última semana.

A Turquia tem sido, a par da Argentina, um dos países no centro da instabilidade a que se assiste actualmente nos mercados emergentes. A incerteza política que se vive no país e um passado recente de crises financeiras graves são as razões que tem sido dadas para que a Turquia esteja a ser especialmente visada pelos investidores.

Combate à fuga de capital
A resposta agora dada pelo banco central está a ser vista pelos investidores como um sinal de determinação das autoridades turcas em combater a tendência de fuga de capital e de queda do valor da moeda, já que os activos denominados em liras passam a poder ser melhor remunerado. Uma subida tão drástica das taxas de juro pode ter, no entanto, o efeito negativo sobre o ritmo de actividade do país, já que constitui um desincentivo ao consumo e aos investimentos internos.

Esta quarta-feira, há outros focos de interesse para quem está interessado na evolução da instabilidades nos mercados emergentes. Para a além da Turquia, também o banco central sul-africano tem agendada uma reunião de emergência para avaliar a situação. E ao fim do dia, termina a reunião da Reserva Federal norte-americana de onde se espera saia uma nova redução do ritmo a que são oferecidos os estímulos monetários (através da compra de activos por parte da Fed) à economia.


É esta retirada de estímulos da Fed, conhecida como tapering, que está a contribuir para que os bancos centrais dos países emergentes estejam agora a ser pressionados para subir as taxas de juro se quiserem evitar a fuga de capitais, queda da divisa e aumento da inflação. Países como o Brasil têm, nos últimos meses, realizado subidas progressivas das suas taxas de juro, colocando em causa por seu lado o ritmo de crescimento da economia.

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