Recep Tayyip Erdogan, primeiro ministro turco
SÉRGIO ANÍBAL 29/01/2014 - 12:12 (actualizado às 12:49)
Mercados reagem de forma positiva, com subida nas
principais bolsas mundiais.
O banco central turco surpreendeu
esta madrugada os mercados com uma subida drástica das suas taxas de juro,
conseguindo inverter a evolução da divisa do país face ao dólar.
Numa reunião esperada com
ansiedade pelos investidores e marcada para a meia-noite de terça-feira, os
responsáveis da autoridade monetária da Rurquia optaram por uma subida das
sduas principais taxas de juro de refinanciamento superior à que era esperada.
A taxa overnight passou de 7,75% para 12% e a
taxa repo a uma semana passou de 4% para
10%. O banco central disse ainda que esta última taxa deve passar a ser
considerada como a taxa de referência, em substituição da overnight.
Esta é assim a resposta de
emergência do banco central à pressão a que tem estado sujeita a lira turca,
uma das divisas dos mercados emergentes que maiores dificuldades tem revelado
nos últimos dias a fazer face à crise de confiança que se gerou nos mercados.
Durante as primeiras horas da
sessão desta quarta- feira, os mercados dão sinais de estarem a reagir
positivamente ao movimento rápido e decidido do banco central. A lira turca
está a registar a maior subida dos últimos cinco anos face ao dólar e as
principais bolsas mundiais estão em alta, recuperando parte das perdas
registadas desde o início da última semana.
A Turquia tem sido, a par da
Argentina, um dos países no centro da instabilidade a que se assiste
actualmente nos mercados emergentes. A incerteza política que se vive no país e
um passado recente de crises financeiras graves são as razões que tem sido
dadas para que a Turquia esteja a ser especialmente visada pelos investidores.
Combate à fuga de capital
A resposta agora dada pelo banco
central está a ser vista pelos investidores como um sinal de determinação das
autoridades turcas em combater a tendência de fuga
de capital e de queda
do valor da moeda, já que os activos denominados em liras passam a poder ser
melhor remunerado. Uma subida tão drástica das taxas de juro pode ter, no
entanto, o efeito negativo sobre o ritmo de actividade do país, já que
constitui um desincentivo ao consumo
e aos investimentos internos.
Esta quarta-feira, há outros focos de interesse para
quem está interessado na evolução da instabilidades nos mercados emergentes. Para a
além da Turquia, também o banco central sul-africano tem agendada uma reunião de
emergência para avaliar a situação. E ao fim do dia, termina a reunião da
Reserva Federal norte-americana de onde se espera saia uma nova redução do
ritmo a que são oferecidos os estímulos monetários (através da compra de
activos por parte da Fed) à economia.
É esta retirada de estímulos da
Fed, conhecida como tapering, que está a contribuir para que
os bancos centrais dos países emergentes estejam agora a ser pressionados para
subir as taxas de juro se quiserem evitar a fuga
de capitais, queda da
divisa e aumento da inflação. Países como o Brasil têm, nos últimos meses,
realizado subidas progressivas das suas taxas de juro, colocando em causa por
seu lado o ritmo de crescimento da economia.
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