Ben Bemanke deixa a liderança da Fed no final de Janeiro e é substituído por Janet Yellen kevin la MARQUE/REUTERS
PEDRO CRISÓSTOMO 08/01/2014 -
21:42
Autoridade monetária vê melhoria das perspectivas económicas e das condições do mercado trabalho.
Se a aplicação de estímulos económicos nos EUA se mantivesse ao ritmo de
85 mil milhões de dólares (62,5 mil milhões de euros) por mês em compra de
activos, a estabilidade financeira poderia enfrentar riscos, acreditam os
alguns responsáveis de política monetária da Reserva Federal norte-americana (Fed).
Para a maioria dos
membros do comité liderado por Ben Bernanke, o efeito do programa de apoio à
economia já estava a diminuir, segundo as minutas das reuniões de política
monetária de 17 e 18 de Dezembro, publicadas nesta quarta-feira.
Confrontados com uma
melhoria dos indicadores de actividade económica e do mercado do trabalho nos
EUA, os membros presentes nos dois dias de reunião decidiram, por unanimidade, reduzir a aplicação mensal de estímulos para 75 mil
milhões de dólares.
Já este mês, a
Reserva passa a comprar 35 mil milhões de dólares em títulos hipotecários
(menos cinco mil milhões do que até aqui) e 40 mil milhões em Obrigações do
Tesouro (em vez 45 mil milhões).
Segundo a análise de
conjuntura na qual o comité se baseou para se decidir por unanimidade por uma
retirada progressiva dos estímulos à economia, a actividade económica tem
crescido “a um ritmo moderado”.
As perspectivas para
a economia e o mercado de trabalho estão mais equilibradas, reforçam, na
certeza de que a Fed vai manter-se atenta à evolução destes indicadores. A
redução dos estímulos será gradual e ponderada a cada uma das oito reuniões da
Fed, que passa em Fevereiro a ser liderada por Janet Yellen, actual vice-presidente e que tem estado ao
lado de Bernanke na tomada de decisões sobre o programa de estímulos.
As taxas de juro de
referência, que se mantêm próximas de zero, vão continuar baixas, pelo menos,
enquanto o desemprego se mantiver acima de 6,5%. No seu duplo mantado de
controlar os preços e manter o desemprego baixo, a Fed admite mantê-las num nível baixo
durante mais tempo, mesmo se a percentagem da população desempregada ficar
abaixo desse patamar já este ano.
O desemprego tem
vindo a descer, mas ainda se situava nos 7% em Novembro, um nível que a Fed
considera elevado. O acompanhamento do mercado de trabalho estará no centro das
atenções da Reserva nos próximos tempos e, para avaliar uma subida das taxas de
juro, a autoridade monetária poderá não olhar apenas para este indicador.
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