Ben Bemanke esteve oito anos à frente da Reserva Federai dos EUA oiipsomodb/illa/getty images/afp
SÉRGIO ANÍBAL 02/02/2014 - 08:43
Janet Yellen ocupa um dos cargos que, sendo escolhido
apenas pelo presidente e o Congresso dos Estados Unidos, mais impacto
tem na população de todo
o Mundo.
O dólar continua a
ser, de longe, a divisa referência na economia mundial e os Estados Unidos são
a maior potência económica do globo, por isso a política monetária
que é decidida pela Reserva Federal influencia aquilo que acontece às
poupanças, aos empréstimos ou aos salários de uma grande parte da população
mundial, incluindo a portuguesa.
Para um português com
um empréstimo por pagar ao banco e a taxa Euribor como referência, são as
decisões tomadas pelo Banco Central Europeu (BCE) que mais directamente
influenciam o valor da prestação mensal a pagar. No entanto, quando a Fed mexe
nas suas taxas ou decide pôr em prática ou retirar alguma medida
extraordinária, isso tem um impacto muito importante naquilo que o BCE acaba
por fazer.
Nas actuais
circunstâncias, se por exemplo a Fed optasse por retirar muito rapidamente os
estímulos extraordinários e começasse mesmo a ponderar uma subida de taxas de
juro, isso constituiria uma pressão adicional sobre o BCE para fazer o mesmo,
para evitar o risco de uma desvalorização excessiva do euro e um aumento das
pressões inflacionistas.
Aliás, quando pela primeira
vez Ben
Bernanke (na foto) anunciou que a Fed iria iniciar o
processo de retirada das medidas extraordinárias, o efeito nos mercados foi,
além da queda das bolsas, de uma subida generalizada das taxas de juro,
incluindo a Euribor.
Para as empresas e
famílias portuguesas, com níveis de endividamento bastante elevados, tudo isto
tem um efeito muito forte na capacidade de consumo e investimento, afectando a
economia.
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