19/02/2014
Pavio Sadokha, adiantou que a
decisão de avançar com uma manifestação quinta-feira às 14h00 junto à embaixada
dos EUA em Lisboa tem por objectivo chamar a atenção para a situação “cada vez
mais grave” em que se encontra o povo ucraniano.
Os ucranianos radicados em Portugal vão manifestar-se quinta-feira em
frente à embaixada dos Estados Unidos em Lisboa para pedir sanções económicas,
na sequência do agravamento dos confrontos em Kiev, que já causaram pelo menos
30 mortos.
Em declarações hoje à agência Lusa, o presidente da
Associação dos Ucranianos de Portugal, Pavio Sadokha, adiantou que a decisão de
avançar com uma manifestação quinta-feira às 14:00 junto à embaixada dos
Estados Unidos em Lisboa tem por objetivo chamar a atenção para a situação
“cada vez mais grave” em que se encontra o povo ucraniano e para a necessidade
de avançar com sanções económicas contra o país.
Na terça-feira, mais de 20 pessoas morreram nos
violentos confrontos em Kiev, encontrando-se a Praça da
Independência, conhecida como Maidán, cercada pela polícia.
“Ficámos muito preocupados. Soubemos logo das
primeiras mortes que aconteceram ontem [terça-feira] e hoje já temos a
informação de que há pelo menos 30 mortos (...) e mais de 500 feridos nos
confrontos”, disse o presidente da associação.
Pavio Sadokha adiantou que a associação esteve reunida
na terça-feira com vários representantes da comunidade ucraniana em Portugal,
encontro no qual decidiram avançar também com um novo apelo de apoio aos
portugueses.
“Fazemos um apelo ao povo português, ao Presidente da
República, ao primeiro-ministro e aos grupos parlamentares para agirem de uma
forma mais direta, não só com palavras, mas de forma mais direta e forte”, disse, salientando que o que está a
acontecer na Ucrânia também é responsabilidade do mundo ocidental.
Pavio Sadokha lembrou que há três meses, quando os
confrontos começaram, a associação enviou cartas e fez apelos aos políticos
portugueses, tendo tido apenas “apoio moral” por parte dos grupos
parlamentares.
“O mundo ocidental não agiu de forma a travar os
bandidos do regime do Presidente ucraniano, Viktor Yanukovych”, declarou.
Pavio Sadokha relatou ainda à Lusa que tem estado em
contacto com familiares e amigos que estão em Kiev e que lhe têm transmitido
"um cenário de medo".
“Falei com familiares e amigos e eles estão cheios de
medo. O povo já não aguenta mais. Têm medo de
ser perseguidos e apanhados pela polícia”, afirmou, acrescentando que a
situação na Ucrânia não vai melhorar porque o Presidente já “mostrou claramente
que não vai demitir-se”.
O presidente da Associação de Ucranianos de Portugal
disse ainda que não acredita que o país avance para uma guerra civil, apesar da
crescente tensão.
“Não é uma guerra civil, é uma guerra contra uns
mafiosos que tomaram conta do poder e é uma guerra de Viktor Yanukovych contra
o povo ucraniano”, concluiu.
A crise política na Ucrânia começou em finais de
novembro passado, quando milhares de pessoas saíram para as ruas para protestar
contra a decisão do Presidente Viktor lanukovitch de suspender os preparativos
para a assinatura de um acordo de associação com a União Europeia, tendo o chefe de Estado
ucraniano uma posição pró-Rússia.
* artigo foi escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico
aplicado pela agência
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