A próxima reunião do Conselho de Governadores do BCE está marcada para 22 de janeiro.
7/1/2015, 10:28
EDGAR CAETANO
A taxa de inflação na zona euro foi negativa em dezembro, e mais negativa do que se temia.
O Eurostat estima uma evolução negativa dos preços de 0,2% no último mês do ano.
BCE sob pressão.
A taxa de inflação caiu em dezembro para um valor negativo pela primeira vez em mais de cinco anos, segundo o Eurostat.
A evolução anual dos preços foi negativa em 0,2%, ainda pior do que os 0,1% (também negativos) previstos, em média, pelos economistas nos últimos dias.
O indicador vem reforçar a pressão sobre o Banco Central Europeu (BCE) para que este avance rapidamente com novas medidas de estímulo monetário, para combater o risco de deflação, acredita a maioria dos economistas.
O Eurostat informou esta quarta-feira que, de acordo com a sua estimativa rápida, a taxa de inflação na zona euro foi de 0,2% em dezembro.
A evolução dos preços está a ser pressionada pela recuperação lenta da atividade económica e da concessão de crédito, bem como pela forte queda dos preços da energia. Este fator foi o mais importante para a evolução negativa dos preços, com o Eurostat a calcular que os preços dos produtos energéticos caíram 6,3% em dezembro.
Os dados divulgados pelo Eurostat, por se tratarem apenas de uma primeira estimativa, não desagregam os dados por país.
Em Portugal, segundo os cálculos do Instituto Nacional de Estatística (INE), a taxa de inflação está ligeiramente negativa em Portugal (0,02% em novembro), como acontece, também, na Grécia e em Espanha.
O Banco Central Europeu (BCE), que tem como mandato manter a inflação próxima de 2%, já está a olhar para três hipóteses para decidir qual será a melhor forma de intervir no mercado com a compra de dívida pública, uma intervenção que parece cada vez mais inevitável dada a inflação baixa que continua a afetar a zona euro.
Essa decisão pode surgir já na próxima reunião do conselho de governadores do BCE, a 22 de janeiro, acreditam vários economistas.
“Já não é uma questão de saber se o BCE vai anunciar mais estímulos, mas mais como é que esses estímulos serão desenhados”, afirma Teunis Brosens, economista do ING em nota enviada aos clientes em reação aos números do Eurostat.
O gabinete de estatísticas da zona euro adiantou, também, num outro relatório, que a taxa de desemprego na zona euro manteve-se, em novembro, estável nos 11,5%.
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