PÚBLICO 02/02/2015 - 12:17
Os combates concentram-se na pequena cidade de Debaltseve, a meio caminho entre Lugansk e Donetsk
O líder da autoproclamada república popular de Donetsk anunciou esta segunda-feira que esperava conseguir mobilizar nos próximos dias até cem mil homens para combater as forças de Kiev no Leste da Ucrânia.
“A mobilização geral terá lugar na república popular de Donetsk daqui a dez dias. Chamaremos dez mil homens”, declarou Alexandre Zakhartchenko em Donetsk, citado pela agência russa RIA.
“O exército conjunto da república popular de Donetsk e da república popular de Lugansk disporá de cem mil homens.”
Estas declarações surgem numa altura em que a violência recrudesce no leste da Ucrânia, com combates diários entre os separatistas pró-russos e as forças leais ao governo de Kiev.
Depois do ataque à cidade costeira de Mariupol na semana passada, que motivou novas sanções da União Europeia à Rússia, acusada de armar os separatistas, os combates concentram-se agora na pequena cidade de Debaltseve, a meio caminho entre Lugansk e Donetsk.
O conflito no Leste da Ucrânia fez 30 mortos nas últimas 24 horas, 17 dos quais civis, segundo contas do governo de Kiev e do exército.
Já as negociações de paz entre o governo ucraniano e os rebeldes, que decorreram em Minsk no sábado, terminaram sem nenhum acordo.
“As consultas de Minsk são um fracasso” declarou o representante do governo de Kiev, Leonid Kutchma, à agência russa Interfax, acusando os rebeldes de terem recusado discutir “medidas para um cessar-fogo imediato e a retirada das armas pesadas.”
O conflito na Ucrânia já fez mais de cinco mil mortos, e conduziu a um isolamento da Rússia sem precedentes desde o fim da Guerra Fria.
O agravamento da situação está também a preocupar os Estados Unidos, que segundo o New York Times estão novamente a considerar a hipótese de fornecer armas e equipamento defensivo ao governo ucraniano.
John Kerry, o secretário de Estado americano, vai encontrar-se com o Presidente Poroshenko em Kiev na próxima quinta-feira.
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