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segunda-feira, 14 de maio de 2018

Criação do Estado de Israel

PALESTINA
Cátia Mendonça
13 de Maio de 2018, 2:51 
No dia 14 de Maio de 1948, os convidados chegaram ao Museu de Telavive. 
Tinha-lhes sido pedido para não contarem a ninguém o que ali iam fazer. 
Mas ao entrarem no Boulevard Rothschild perceberam que não havia segredo — meia cidade estava ali, à espera de David Ben Gurion, que chegou às quatro da tarde. 
Já dentro do edifício, proclamou a criação do Estado de Israel, escassas horas depois de ter expirado o mandato britânico naquela parte da Palestina. 
“Este é o direito natural do povo judeu. 
Ser como qualquer outra nação.” 
Não é, como mostram as 14 guerras em que participou ao longo da sua História e que lhe permitiram não apenas consolidar território, mas fazê-lo crescer.

Nas vésperas da I Guerra Mundial, parte do Médio Oriente ainda estava sob o Império Otomano. Outros territórios estavam sob controlo britânico e italiano, e outros já tinham conquistado a sua independência

No dia que antecedeu a Segunda Guerra Mundial, a maior parte do Médio Oriente ainda era administrada pela potência colonial da Grâ-.Bretanha. Turquia e Irão eram independentes.
Em 29 de Novembro de 1947, por 33 votos a favor, 10 contra e 13 abstenções, a ONU divide a Paslestina do mandato britânico em dois Estados: um judaico e um árabe. a Resolução 181 previa uma união económica e colocava Jerusalém sob estatuto internacional. Os dois Estados seriam territórios descontínuos ligados por corredores estreitos. Ao Estado judaico foi atribuída uma larga faixa costeira ao longo do Mediterrâneo, a Galileia oriental, e praticamente todo o deserto do Neguev, com uma saída para o mar Vermelho. Ao Estado árabe foi oferecida, a Galileia ocidental, com acesso ao Mediterrâneo, a partir de Acre, a Cisjordânia (excepto Jerusalém), e a Faixa de Gaza. Jaffa, cidade portuária de maioria árabe, permaneceria um enclave árabe, Os Sionistas apoiaram este projecto de divisão que garantia soberania e imigração sem entraves. Os árabes rejeitaram-no unanimemente e pegaram logo em armas, O plano jamais chegou a ser aplicado.



A Vitória dos Seis Dias de Junho de 1967, dá a Israel importantes posições estratégicas. Começa uma acelerada colonização da Cisjordânia e é anexado o sector oriental de Jerusalém. A cidade é unilateralmente proclamada "cidade una e indivisível" do Estado Judaico.


Ap
osw a Guerra de Yom Kippur, a única alteração, imposta pelos Estados Unidos, foi a evacuação da cidade de Kuneitra nos Montes Golã. Em 1981 este planalto, conquistado à Síria em 1967, é anexada por Israel, e um tratado de paz, devolve ao Egipto a península do Sinai. Em 1982, Israel invade o Líbano e cerca Beirute, mas, em 1985, depois de expulsar 8.000 guerrilheiros da OLP, reposiciona-se numa "zona de segurança", no Sul do país - a retirada total só se dará em 2.000


Os Acordos de Oslo assinados em 1992 por Israel e pela OLP por Arafat  levam a uma complexa fragmentação territorial. A Autoridade Palestiniana passa a controlar 70% da Faixa de Gaza. Na Cisjordânia são instituídas três zonas:  A (controlo palestiniano);  B (controlo misto) e C (controlo exclusivo de Israel), incluindo as instalações militares e 150 colonatos judaicos. Este mapa de Oslo ficou mais retalhado em 2.000, quando, depois da Segundo Intifada, Israel ocupou militarmente a Cisjordânia e iniciou um "muro de separação  ou "barreira de segurança" - que tem transformado povoações palestinianas em guetos.


As iniciativas legislativas do Governo de direita dominado pela ala nacionalista do Primeiro-Ministro, Benjamin Netanyahu, visa criar mais retalhos no mapa, abrindo caminho para a anexação de facto de territórios ocupados. Em Setembro de 2017, o Parlamento aprovou uma lei que permite a criação de universidades na Cisjordânia ocupada. E há iniciativas para os tribunais israelitas terem jurisdição na Área C, que compreende 60% da Cisjordânia. Os colonatos legais ou "ilegais" não cessam de aumentar


MURO DA CISJORDÂNIA
Muros, vedações electrificadas e outros obstáculos são utilizados para controlar o movimento dos palestinianos. A construção do muro dentro da Cisjordânia continua, apesar do tribunal internacional de Justiça ter considerado que não devia existir.



COLONATOS
Os colonatos judaicos são locais onde vivem civis israelitas em território ocupado (e alguns casos anexado). São ilegais à luz da lei internacional. mas Israel distingue entre colonatos regulares (que a lei israelita permite) e "selvagens" (proibidos mesmo por Israel). Os colonatos israelitas são muito diferentes entre si podendo ir desde um par de caravanas ou pré-fabricadas no cimo de um monte (no caso dos "selvagens") até autênticas cidades estabelecidas, com instituições como câmaras municipais ou universidades.





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