PÚBLICO
8 de Dezembro de 2017, 14:14 actualizada às 16:46
Há protestos em Hebron, Nablus, Jenin, Tulkarem e Jericó, na Cisjordânia, na Faixa de Gaza e em Jerusalém Oriental.
Milhares de palestinianos saíram às ruas nesta sexta-feira em Jerusalém, na Cisjordânia e na Faixa de Gaza, em protesto contra a decisão do Presidente dos Estados Unidos de reconhecer Jesuralém como capital de Israel — uma mudança que inflamou a Palestina e todo o Médio Oriente.
Segundo a televisão Al Jazira, que cita as autoridades da Cisjordânia (onde há protestos em Hebron, Nablus, Jenin, Tulkarem e Jericó), mais de 200 palestinianos ficaram feridos nos confrontos desta sexta-feira e pelo menos 16 deles foram hospitalizados – o jornal israelita Haaretz fala em 60 feridos.
Israel reforçou a presença de tropas nas ruas dos territórios.
O Ministério da Saúde palestiniano, citado pela Reuters, diz que uma das pessoas que foi atingida por soldados junto à fronteira da Faixa de Gaza morreu.
Chamava-se Mahmud al Masri, tinha 30 anos e era da cidade de Khan Yunes, na Faixa de Gaza.
Logo após o meio-dia, o jornalista Hoda Abdel-Hamid, que está em Ramallah (a sede do governo da Autoridade Palestiniana), disse que os confrontos pareciam estar a dissipar-se, depois de "várias horas de confrontos entre jovens palestinianos e o Exército israelita".
A meio da tarde a violência regressou.
Sexta-feira é o dia da principal oração da semana dos muçulmanos, existindo a possibilidade de os confrontos se intensificarem ao final da tarde.
Vários movimentos islâmicos palestinianos apelaram a que se cumpra um um "dia de raiva" contra a decisão de Donald Trump.
O Hamas apelou ao início de uma Intifada (revolta) contra Israel.
Jerusalém é a cidade santa para cristãos, judeus e muçulmanos.
É um barril de pólvora e, por isso, qualquer pequena decisão sobre o seu estatuto pode provocar um grande conflito.
Trump tomou uma decisão de profundas consequências, ao reconhecer que Jerusalém faz parte do território de Israel e é a sua capital.
Esta mudança no estatuto de Jerusalém ecoou em parte do mundo muçulmano.
E há protestos na Indonésia, Malásia e Paquistão, países asiáticos de maioria muçulmana. Na capital afegã, Cabul, centenas de pessoas queimaram efígies do Presidente Trump e bandeiras dos Estados Unidos.
A multidão gritou "morte à América", "morte a Trump" e "morte a Israel" — a segurança das embaixadas americanas foi reforçada nestes países e em outros na região do Médio Oriente.
Ao fazer o anúncio sobre Jerusalém, Trump disse que o seu vice-presidente, Mike Pence, iria visitar o Médio Oriente para conversações sobre um futuro plano de paz para a região. O grande imã Ahmed al-Taye, líder da mais alta instituição do islão sunita, a egípcia Al-Azhar, rejeitou esta sexta-feira o pedido para um encontro com o vice-presidente dos EUA, Mike Pence, em protesto contra a mudança da embaixada dos EUA para Jerusalém.
O imã rejeitou o pedido para um encontro marcado para o dia 20 de Dezembro com a explicação de que o Presidente norte-americano deve voltar atrás na sua decisão.
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