PALESTINA
Público
18 de Maio de 2018, 18:30
O responsável pelos direitos humanos da ONU disse que a acção das autoridades israelitas, que causaram a morte a mais de cem palestinianos, foi “totalmente desproporcionada”.
O Conselho de Direitos Humanos da ONU deu luz verde à abertura de uma investigação à forma como as forças de segurança israelitas dos protestos organizados pelos habitantes da Faixa de Gaza e que causou 106 mortos desde 30 de Março - só num dia, o da inauguração da embaixada dos EUA em Jerusalém, 60 foram mortos.
O alto-representante das Nações Unidas para os direitos humanos, Zeid Raad al-Hussein, considerou a acção das forças israelitas “totalmente desproporcionada”, acrescentando que há “poucas provas” de que as autoridades tenham tentado minimizar o número de vítimas - apesar de os EUA defenderem que Israel actuou com "moderação".
Hussein disse que a resposta israelita aos protestos pode ter incluído “execuções intencionais”, o que representa uma violação da Quarta Convenção de Genebra, que protege civis em territórios ocupados.
Manifestação na Cidade do Cabo de solidariedade com a Palestina; a África do Sul retirou o seu embaixador de Israel, em protesto contra a violência usada
O dirigente dirigiu também um apelo para o Governo israelita para que acabe com a ocupação dos territórios palestinianos.
Os habitantes de Gaza “estão, essencialmente, presos numa lixeira tóxica desde o nascimento até à morte, privados de dignidade, desumanizados pelas autoridades israelitas a um ponto em que parece que os responsáveis não consideram que estes homens e mulheres têm direito, bem como todas as razões, para protestar”.
“Acabem com a ocupação e a violência e a insegurança irão desaparecer quase por completo”, acrescentou.
Numa sessão convocada por vários Estados árabes, o Conselho de Direitos Humanos da ONU aprovou o “envio urgente de uma comissão de inquérito internacional e independente” para apurar potenciais abusos cometidos pelas forças israelitas.
A resolução foi rejeitada pelos EUA e pela Austrália, apoiada por 29 dos 47 membros deste órgão.
Catorze países, incluindo o Reino Unido, a Alemanha e o Japão, abstiveram-se.
Esta sexta-feira houve manifestações de apoio aos palestinianos e condenação de Israel em vários países muçulmanos.
Em istambul, na Turquia, o Presidente Recep Tayyip Erdogan, que tem criticado alto e bom som Israel, participou no protesto pediu a todo o mundo muçulmano que apoie os muçulmanos face ao que classificou como a crueldade israelita.
Criticou tanto os Estados Unidos com a ONU por causa da morte dos manifestantes em Gaza.
Erdogan é um populista com raízes no islão político, que descrevem a acção do exército israelita como um "genocício" e chamou a Israel "um Estado terrorista".
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