Foi o próprio Fundo Monetário Internacional (FMI) quem sustentou essa proposta, apelando concretamente às economias avançadas, como a Alemanha e os Estados Unidos, que canalizem mais dos seus gastos públicos para investimentos em infra-estruturas, de forma a ajudar a impulsionar o crescimento global.
A questão tem, porém, suscitado algumas divisões entre os membros do G20.
No primeiro dia da reunião os responsáveis pela política monetária traçaram um quadro alarmante da situação global.
Sustentaram-se, também, no relatório que o FMI divulgou ainda antes da reunião e no qual faz uma revisão em baixa da sua previsão do crescimento global, baixando-os, respectivamente para 3,1% em 2016 e 3,4% em 2017.
"Os riscos tornaram-se mais proeminentes" e o crescimento do PIB mundial pode mesmo "desacelerar de forma mais acentuada, se o aumento das incertezas políticas e económicas persistirem devido ao 'Brexit'", sustenta o FMI.
"O crescimento global continua fraco e os riscos de queda tornaram-se mais salientes", afirma o Fundo numa posição oficial.
O novo ministro das Finanças da Grã-Bretanha, Philip Hammond, é um dos que vão usar da palavra na reunião do G20, e a expectativa é que insista na mensagem de que o seu país "continua aberto ao negócio", segundo um comunicado do Tesouro britânico.
Mas, como comentou aos jornalistas o secretário do Tesouro norte-americano, Jacob Lew, citado pela AFP, “este é um período de incerteza persistente para as perspectivas económicas”.
Entretanto o responsável norte americano já deixou em Chengdu um apelo a que os ministros das finanças avancem no reforço da coordenação dos seus sistemas fiscais e de troca de informações financeiras, a fim de se conterem as práticas de optimização agressiva das multinacionais e de oferecer uma estabilidade acrescida aos investidores.
Acabar com as “lacunas” dos regimes fiscais devido à má coordenação internacional “vai mudar as escolhas que as empresas fazem”, sublinhou o secretário do Tesouro norte-americano Jacob Lew, perante outros grandes financeiros do G20.
"Quando as regras actuais da fiscalidade internacional foram desenvolvidas, elas reflectiam a geografia, as fronteiras nacionais.
Hoje em dia, as tecnologias esbatem as fronteiras", argumentou Lew.
A Google e outras multinacionais, como a Amazon ou Facebook, são regularmente acusadas de evasão aos impostos, nos Estados Unidos e na Europa, instalando-se em países onde os sistemas de tributação lhes são mais favoráveis, como a Irlanda.